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Lisboa em 2 dias

por Cláudia Hofstaetter
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Em 2015 eu me preparava pra ir à Europa pela segunda vez. Queria muito conhecer a Espanha, e decidi que esse seria meu destino principal. Como a melhor opção de passagem era com a TAP, por que não aproveitar a conexão e conhecer Portugal?

Decidi conhecer Portugal por conta própria, sem a ajuda de um guia. Acabei estudando antes de ir o que tinha de interessante para fazer por lá, escolhi um hotel com uma localização central, e tentei distribuir o que queria fazer entre os dias que ficaríamos por lá.

Essa viagem fiz com meus pais em Setembro de 2015. Foi a primeira visita deles à Europa e estavam ansiosos para conhecer tudo.

Dia 1  |  Lisboa

Embarcamos em Porto Alegre no voo direto para Lisboa. Chegamos lá às 10:50 e pegamos um táxi até o hotel. Nos hospedamos no Tivoli Jardim e gostei muito! Fica bem no meio da Avenida da Liberdade, bem próximo a uma estação de metrô.

Praças: Restauradores, Rossio e Figueira

Descansamos um pouco e saímos a pé conhecer um pouco da cidade. Caminhamos até a Praça Restauradores, a Praça Dom Pedro IV (Rossio) e a Praça da Figueira onde pegamos o trem até o bairro de Belém.

Praça dos Restauradores

Rossio (Praça Dom Pedro IV)

Praça da Figueira: estava rolando uma manifestação

O bairro de Belém está diretamente ligado à história da navegação portuguesa. Foi dali que saíram as frotas de Vasco da Gama em 1497 e de Pedro Álvares Cabral em 1500 em busca de novos caminhos para as Índias.

Torre de Belém

Descemos numa estação próxima à Torre de Belém, nossa primeira parada. Essa torre foi construída entre 1514 e 1520, e tinha função militar (de defesa) e fiscal.

Padrão dos Descobrimentos

Continuamos até o Padrão dos Descobrimentos. Essa obra, que foi construída em 1960, tem o formato de uma caravela e e traz a imagem de várias personalidades importantes da navegação portuguesa, tendo elas ido ou não ao mar.

Mosteiro dos Jerônimos

Depois caminhamos até o Mosteiro dos Jerônimos, que foi classificado como Patrimômio Mundial pela Unesco, juntamente com a Torre de Belém, e eleito uma das 7 Maravilhas de Portugal. Sua construção começou em 1501 e só ficou pronta quase um século depois. Estão no Mosteiro dos Jerônimos os corpos de Luís de Camões, Fernando Pessoa, Alexandre Herculano, Vasco da Gama e o Rei D. Manuel I.

Confeitaria de Belém

Saímos dali e paramos na famosa Confeitaria de Belém, que existe desde 1837 no edifício de uma refinaria de açúcar. Provamos os deliciosos pastéis de Belém feitos na hora, direto do forno!

Dia 2  |  Lisboa

No dia seguintes fomos até a Praça da Figueira para embarcar no Eléctrico 12. Os elétricos são os bondes antigos de Lisboa, que estão em funcionamento desde o início do século XX. Com o interior original de madeira, o passeio de bonde já é uma atração e tanto!

Estação de metrô | Hard Rock | Cineteatro
Éden | Estação Restauradores

Miradouro de Santa Luzia

Descemos numa estação próxima do Miradouro de Santa Luzia. O lugar é muito bonito e de lá temos uma vista privilegiada da capital portuguesa.

Castelo de São Jorge

Depois descemos a pé até o Castelo de São Jorge, uma fortificação construída pelos mouros no século XI.

Catedral da Sé

Seguimos até a Catedral da Sé, a mais antiga de Lisboa, construída em 1147. Ali conhecemos a pia em que Santo Antônio foi batizado.

Igreja Santo Antônio de Lisboa

Bem em frente à catedral da Sé fica a igreja Santo Antônio de Lisboa, construída no lugar onde moraram seus pais e onde o santo casamenteiro nasceu em 1195. Essa igreja possui um pequeno museu com algumas de suas relíquias.

Ela foi praticamente destruída no terremoto de 1755. Onze anos depois foi ordenada sua reconstrução que demorou 20 anos, só vindo a ser reaberta ao culto em 1787. Da construção original mantém-se a cripta, debaixo da qual, segundo a tradição, se encontram os restos da casa dos pais de Santo Antônio.

Continuamos descendo em direção à Praça do Comércio. Recomendo que façam esse trajeto da mesma forma que fizemos: pegando o bonde até o alto e descendo a pé. No caminho passamos por várias construções típicas com os famosos azulejos portugueses. Também passamos pela Fundação José Saramago, também conhecida como Casa dos Bicos.

Chegando na Praça do Comércio paramos para tomar uma cerveja e comer um bolinho de bacalhau. Pra minha alegria ali ficava o Museu da Cerveja. Pense numa cevinha boa!

Lisboa Story Centre

Ali também fica o Lisboa Story Centre, que é um museu interativo onde cada sala é dedicada a um fato histórico de Lisboa, em ordem cronológica. Ali que fui entender o quão terrível foi o terremoto de 1755 que destruiu a cidade. A visita, pra quem gosta de história, vale mesmo a pena!

Praça do Comércio

Depois que saímos do museu é que fomos curtir mesmo a Praça do Comércio, que fica às margens do rio Tejo. Esta praça era um entrada nobre de Lisboa, com direito a escadarias de mármore para os nobres que desembarcavam dos navios. Era ali também que ficava o Palácio Real com sua importante biblioteca (construções que também foram destruídas no terremoto de 1755). Vários fatos históricos aconteceram nessa praça, entre eles o assassinato do rei D. Carlos e de seu filho Luís Filipe em 1908. Atualmente o que se destaca na Praça do Comércio é a estátua de D. José em seu cavalo olhando para o rio Tejo.

Arco da Rua Augusta: símbolo do renascimento de Lisboa depois do terremoto. A construção do arco começou em 1775, terminando um século depois.

Seguimos caminhando, agora subindo em direção às ruínas do Convento do Carmo. No caminho passamos pela Câmara Municipal, por mais uma igrejinha, e paramos para tirar uma foto com a estátua de Fernando Pessoa no café A Brasileira, que ele costumava frequentar.

Ruínas do Convento do Carmo

O Convento do Carmo já foi a principal igreja gótica de Lisboa, mas hoje o que podemos visitar são suas ruínas, após ter sido praticamente destruído no terremoto de 1755.

Até hoje não foi reconstruído, virando um tipo de memorial para que as pessoas não esqueçam da magnitude daquela tragédia.

O terremoto de 1755

O fato aconteceu na manhã do dia 1 de Novembro de 1755, coincidentemente no Dia de Todos os Santos, o que fez com que o número de vítimas aumentasse, já que muitas pessoas estavam nas ruas e igrejas naquele dia.

Estima-se que o terremoto durou entre 7 e 15 minutos, com magnitude entre 8.7 a 9.0 na escala Richter (isso quer dizer que foi forte pra caramba!).

Foram milhares de desmoronamentos, e as pessoas que conseguiam fugir procuraram refúgio na parte portuária da cidade. Alguns minutos depois um tsunami se formou, alagando o porto e todo o centro da cidade. As áreas que não foram atingidas pelo tsunami, foram tomadas pelos incêndios que logo se alastraram e duraram cerca de 5 dias.

No total foram destruídas 35 igrejas, 55 palácios e em toda a cidade acredita-se que cerca de 10 mil edifícios viraram pó. O número de vítimas varia dependendo da fonte, mas estima-se que em torno de 30.000 pessoas morreram devido à tragédia.

 

Voltando às ruínas do Convento do Carmo, no momento do terremoto, a igreja estava cheia de fiéis que assistiam а missa. Apesar de não ter sido atingida pelo tsunami (por ter sido construída em um local alto), foi praticamente destruída pelo terremoto e pelo fogo, matando a maioria dos fiéis ali presentes.

Uma parte da igreja, cujo telhado resistiu ao terremoto, abriga atualmente o Museu Arqueológico do Carmo. O acervo é pequeno, mas interessante.

Elevador Santa Justa

Logo atrás do Convento do Carmo fica o Elevador Santa Justa (também conhecido como Elevador do Carmo), que foi inagurado em 1902 e tem sua estrutura em ferro fundido. Da parte de cima do elevador temos uma linda vista da cidade.

Descemos pelo elevador e voltamos até o Rossio para provar a ginjinha: o licor oficial da cidade, feito de cerejas portuguesas (as tais ginjas), aguardente, açúcar, água e canela.

Marquês do Pombal e Parque Eduardo VII

Dali pegamos um metrô até a Praça Marques do Pombal e caminhamos um pouco pelo Parque Eduardo VII.

Oceanário de Lisboa

Como ainda tínhamos tempo, decidimos ir conhecer o Oceanário de Lisboa. Fica um pouquinho longe da parte turística, numa região mais moderna, bem próximo ao Parque das Nações. O oceanário possui um aquário central gigante e vários ambientes diferentes ao redor.

Escrevendo esse post que me dei conta de como fizemos coisas nesse dia! Por alguns momentos fiquei em dúvida se foi tudo num dia só, mas confirmei pelos looks. Por curiosidade fui olhar os horários das fotos: a primeira foi tirada às 10:25 e a última no oceanário às 18:30. Definitivamente, foi um dia bem aproveitado!

No dia seguinte fizemos um bate e volta de trem até Sintra, mas como esse post já ficou bem longo deixo para contar no próximo post.

 

Quando fui: de 20 a 23/09/15.
Quanto tempo: 3 noites e 3 dias.
Como cheguei: De avião, saindo de Porto Alegre, voando TAP (voo direto).
Onde fiquei: Hotel Tivoli Jardim.
Principais visitas: Bairro de Belém, Mosteiro dos Jerônimos, Castelo de São Jorge, Catedral da Sé, Igreja Santo Antônio de Lisoba, Lisboa Story Centre, Praça do Comércio, Convento do Carmo, Oceanário de Lisboa, Sintra e Palácio de Queluz.
Baita dica: Vá disposto a caminhar! O melhor jeito de conhecer Lisboa é caminhando.
Daqui fui para: Madri.

 

E você já visitou Lisboa? Gostou do post? Se tem mais alguma dica, deixe nos comentários!

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