África

África do Sul: 3 dias em Joanesburgo

Essa viagem surgiu de maneira inesperada. Andava meio desanimada quando decidi que iria emitir a primeira passagem que aparecesse com tarifa boa, pra algum lugar que ainda não tinha ido. Não demorou e surgiu uma promo pra Cidade do Cabo por 1.200 reais! Não pensei duas vezes e comprei, no fim de outubro, pra viajar em novembro.


Dificuldade em arrumar companhia

África do Sul definitivamente não é um lugar fácil de se arrumar companhia. Dificilmente as pessoas sonham em conhecer este destino e, pra piorar, a viagem estava muito próxima, com embarque em menos de um mês. Não teve jeito: iria sozinha.

O bom da viagem estar próxima é que não tive muito tempo pra sentir medo. Comecei a estudar sobre o destino e achei que também valeria a pena conhecer Joanesburgo. Planejei o roteiro, emiti os trechos aéreos internos, reservei os hoteis e fui.

A viagem e as primeiras amizades

Senti um friozinho na barriga quando embarquei em Passo Fundo e me caiu a ficha que estava indo para outro continente sozinha. Friozinho esse que durou pouco, pois sentei ao lado de um casal muito legal e fomos conversando até Guarulhos.

Chegando lá fui direto pro check in da TAAG (cia aérea angolana que emiti a passagem mesmo sem nunca ter ouvido falar). Na fila já conheci duas mulheres que também estavam indo pra Cidade do Cabo. Perguntaram com quem eu iria e contei que estava indo sozinha. Nesse momento eu escutei um “O quê? Você tá indo sozinha???” lá da frente da fila. Respondi que sim e a pessoa respondeu toda animada: “EU TAMBÉÉÉM!!!”. A “pessoa” era a Rejane, com quem viajei outras vezes depois.


Na conexão em Luanda conheci mais alguns brasileiros, mas fiquei triste porque percebi que todos ficariam na Cidade do Cabo, e eu iria primeiro pra Joanesburgo.

Já na Cidade do Cabo comprei o chip pro celular, os Rands (moeda local sul africana), me despedi do pessoal, e aguardei meu voo pra Joanesburgo. Estava sozinha de novo.

Primeira foto com os amigos feitos no aeroporto: Victor, Márcia, Andréa, Jeson, Luciano, Rejane e eu.

Rands

JOANESBURGO

Chegada e primeiro dia de passeio: city sightseeing bus

Cheguei lá de noite e veio o segundo friozinho na barriga: peguei um táxi com um taxista mal encarado que não era de muita conversa. O trecho do aeroporto até o hotel era longo e parecia que não chegávamos nunca! Como já tinha internet, vi pelo GPS que estávamos no caminho certo. Me hospedei no hotel Radisson Blu em Sandton, uma região conhecida por ser mais segura.

Na manhã seguinte fui de metrô até o centro da cidade pegar o City Sightseeing, aqueles ônibus hop on – hop off, de dois andares que fazem a rota turística da cidade. No ônibus acabei fazendo amizade com uma moça da Turquia que também viajava sozinha.

No tour descobri que Joanesburgo começou como um assentamento de mineração de ouro no século XIX e hoje é uma das maiores cidades africanas.

City Hall: prefeitura de Joanesburgo.

Suprema Corte

Suprema Corte

Gold Reef City: parque de diversões que fica localizado em uma antiga mina de ouro que fechou em 1971. O parque tem como tema a corrida do ouro que começou em 1886. Os edifícios do parque foram projetados para imitar as construções deste período.

Gold Reef City. Uma das piores coisas de viajar sem companhia é ter que pedir pros outros tirarem fotos de você. No meu caso, que não tenho habilidade nenhuma com o pau de selfie, conheci a Nilgün na hora certa!

Acabei me separando da Nilgün, a moça turca, quando peguei uma van que estava incluída no ticket pra conhecer a região de Soweto e a casa onde viveu Nelson Mandela.

Soweto e apartheid

Soweto é um bairro que surgiu para concentrar a mão de obra que vinha para trabalhar nas minas de ouro. Possui mais de 1.3 milhão de habitantes e se estende por mais de 200km quadrados. Se tornou o principal centro de resistência na luta contra o apartheid, um regime de segregação racial implementado na África do Sul em 1948. Na década de 70, a segunda geração já nascida no Soweto, começou a ir às ruas mostrando a indignação contra este sistema que teve fim somente em 1994 com a eleição de Nelson Mandela.

Torres de resfriamento de uma usina nuclear desativada: hoje um dos símbolos de Soweto.

Hoje estas chaminés aparecem grafitadas e entre elas pode-se saltar de bungee jumping.

Casa onde viveu Nelson Mandela

As condições de moradia já melhoraram muito, mas ainda é cercado de muita pobreza.

A próxima parada foi no Museu do Apartheid. Lá acabei conhecendo mais uma turma de senhoras brasileiras que faziam parte de uma excursão religiosa.

Museu do Apartheid

Voltando ao ônibus conheci uma costa-riquenha muito querida, a Ale, que me acompanhou até o fim da linha. Descemos juntas até o metrô e fomos para a mesma estação. Jantei no hotel e fui dormir. No dia seguinte teria que madrugar para o safári!

Dia 3: Pretória e safári em Pilanesberg

Enquanto esperava a van na recepção, conheci duas meninas brasileiras que também estavam esperando o transporte para o safári, infelizmente não iríamos juntas, mas acabamos nos encontrando por lá depois. Na van conheci a Natália, que também era brasileira, o Tobías que era argentino, duas americanas e dois coreanos.

Optei por fazer o safári em Pilanesberg por ser menos comercial que o Kruger, mais perto de Joanesburgo (podendo fazer um bate e volta tranquilamente) e passarmos por Pretória no caminho. Apesar de ser confundida com Joanesburgo, a capital executiva da África do Sul é Pretória que fica a apenas 55km dali.


Dia 4: Sterkfontein Caves e Cradle of Humankind

Pra esse dia já tinha agendado um passeio para as Sterkfontein Caves, e o museu interativo Cradle of Humankind. A Natália e o Tobías estavam sem planos, acharam legal a ideia, e decidiram me acompanhar.

O passeio era somente à tarde e na volta já iria direto para o aeroporto. Aproveitei a manhã para passear nas redondezas do hotel e conhecer a Nelson Mandela Square que era ali pertinho.

Nelson Mandela Square

A van chegou no horário combinado e nela nos acompanharam mais 4 brasileiros: 3 meninas que viajavam juntas e mais um rapaz que também viajava sozinho.

Não demorou e chegamos no local conhecido como “berço da humanidade” pois ali foram encontrados alguns dos fósseis humanos mais antigos do planeta, com idade superior a 4 milhões de anos. É considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO devido à sua extrema importância histórica e cultural.

Tobías (o único argentino no meio dos brazucas!), Léo, Júlia, Natália, Denise e eu.

Cradle of Humankind


Nesses dias em Joanesburgo segui me comunicando com a Rejane, que comentou que iria procurar outra hospedagem na Cidade do Cabo. Convidei ela pra dividir o apartamento comigo e ela topou. Estaria me esperando lá quando eu chegasse.

No fim do dia embarquei de volta à Cidade do Cabo, mas a sequência da viagem conto no próximo post.

Quando fui: de 18 a 21/11/16.
Quanto tempo: 3 noites, 3 dias.
Como cheguei: De avião saindo de Guarulhos, voando TAAG, com conexão em Luanda e chegada na Cidade do Cabo. De avião da Cidade do Cabo, voando Safair até Joanesburgo.
Onde fiquei: Hotel Radisson Blu Gautrain.
Principais visitas: Soweto, Museu do Apartheid, safári em Pilanesberg, Sterkfontein Caves e Cradle of Humankind.
Baita dica: Hospedar-se em Sandton.
Daqui fui para: Cidade do Cabo.

Cláudia Hofstaetter

Cláudia Hofstaetter é uma jovem gaúcha que se formou em Publicidade & Propaganda e desde 2008 trabalha como agente e consultora de viagens. Proprietária da Viajantes S/A, criou este blog para relatar suas aventuras, compartilhar algumas dicas e inspirar quem também deseja se tornar um viajante.

View Comments

  • Claudia, fiquei emocionada com esse post sobre a viagem para a África do Sul! Esse país encanta e deixa um pouco dele em nós para sempre. Quero lhe parabenizar pelo site, por essas aventuras, essa maneira única e envolvente de nos contar tantas aventuras, você é inspiradora! Um grande abraço!

    • Que depoimento mais lindo, Gabi! Muito obrigada!
      Essa viagem realmente transformou a minha vida! E as pessoas que conheci lá, ou que acabaram indo pra lá depois, me dizem o mesmo. O lugar tem uma energia que não dá pra explicar né?!
      Que bom que está gostando do site! Fico bem feliz!

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Cláudia Hofstaetter

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