África

África do Sul: 4 dias na Cidade do Cabo

Esse post é a sequência da minha viagem à África do Sul, a primeira que fiz sozinha de um continente a outro. Pra quem não acompanhou, conto a primeira parte aqui.

Segue o roteiro e as dicas do que fazer na Cidade do Cabo.

CIDADE DO CABO

Dia 4: Chegada e reencontro

Cheguei, larguei as coisas no hotel, e quando estava indo encontrar a Rejane cruzei com o pessoal que tinha conhecido na fila do aeroporto de Guarulhos. Acabamos jantando todos juntos, e na volta a Rê me apresentou mais alguns amigos que ela tinha feito nos primeiros dias, entre eles a Ana (guardem esse nome!).

Jantando com as meninas que conheci na fila do aeroporto de GRU.

Waterfront

Dia 5: Gansbaai: nado com os tubarões brancos

Madrugamos novamente para fazer o tão esperado passeio para nadar com os tubarões brancos em Gaansbai. Na van conhecemos um casal de americanos, um casal dos Emirados, ambos em lua de mel, e um americano que estava sozinho.

Chegamos e durante o café da manhã conhecemos mais dois brasileiros, o Pablo e a Marcela, que ficaram nossos amigos. Fomos todos no mesmo barco e a experiência foi realmente interessante! (Tanto que merece um post especial que tentarei escrever em breve!).

 

Na volta ficamos um tempo parados na estrada por causa de um incêndio, mas foi bom, pois assim tivemos tempo de nos conhecermos melhor, e combinamos de ir a uma cervejaria à noite.

Beer House

Dia 6: Chapman’s Peak Drive, Muizenberg, Boulders Bay e Cabo da Boa Esperança

Nos encontramos com a Ana e o Luciano para alugarmos um carro e irmos juntos até o Cabo da Boa Esperança. Detalhe: na África do Sul eles dirigem em mão inglesa! Sobrou pro Luciano, que já tinha dirigido na Inglaterra, a missão de ser nosso motorista.

Chapman’s Peak Drive, Muizenberg e animais na estrada

Começamos o passeio pela Chapman’s Peak Drive e fomos até a praia de Saint James, na cidade de Muizenberg, que tem casinhas coloridas.

Com a Ana, o Luciano e a Rejane.

Chapman’s Peak: é impossível passar por ali sem parar nos mirantes do caminho.

Praia de St. James.

Na estrada passamos por várias placas alertando sobre a presença de animais. Cruzamos com alguns.

Boulders Bay

De Muizenberg seguimos para a Boulders Bay conhecer uma colônia de pinguins! Esses pinguins africanos são encontrados apenas nas costas da África Austral (África do Sul e Namíbia) e estão próximos da extinção. Este é um dos poucos lugares onde podemos observá-los de perto, vagando livremente num ambiente natural e protegido.

Cabo da Boa Esperança

Chegamos finalmente no Cabo da Boa Esperança. Apesar da fama, este não é o extremo sul do continente africano e nem o ponto onde se encontram os oceanos Atlântico e índico. Estes títulos cabem ao Cabo da Agulhas, localizado a 150km a leste dali. De qualquer forma o Cabo da Boa Esperança ganhou o título de ponto mais ao sudoeste do continente africano.

Resolvemos subir numa trilha até a ponta do cabo, que começou tranquila mas, conforme subíamos a ventania aumentava. Não é à toa que inicialmente este lugar era chamado de Cabo das Tormentas e houveram ali muitos naufrágios!

Uma hora cheguei a dar uma travada! Pensei que teriam que chamar os bombeiros pra me tirar de lá! Mas aos poucos a ventania foi diminuindo e o medo passou. Ufa!


Dali fomos em direção ao farol e pegamos um funicular pra chegarmos até o alto. Mais alguns degraus e lá de cima tivemos uma vista privilegiada do Cabo da Boa Esperança e da pequena praia de areia que fica ao lado.

Praia Dias, que homenageia Bartolomeu Dias, o primeiro navegador que venceu contornar o cabo em 1488.

O Farol da ponta do cabo foi construído em 1859 a 250m do nível do mar. Muitas vezes ofuscado pela neblina, numa localização que engana os navegantes, foi considerado a causa de um acidente em 1911. Um novo farol foi construído em seguida mais próximo ao mar.

Na volta o tempo fechou e pegamos até uma chuvinha na estrada. A Ana e o Luciano nos largaram no hotel e foram devolver o carro. Nos contaram que passaram um sufoco na locadora, onde queriam cobrar taxas extras e valores além do que tinha sido combinado. Vale a pena reservar o carro com antecedência com uma locadora de confiança pra evitar esse tipo de stress.

 

Dia 7: City Sightseeing, Green Market Square e pôr do sol

City Sightseeing

De manhã embarquei no City Sightseeing (aqueles ônibus hop on – hop off de dois andares que fazem a rota turística) pra ter uma visão geral da cidade.

A Cidade do Cabo é super bonitinha! Limpa, organizada e colorida. Sempre digo para os meus clientes que é um “Rio de Janeiro melhorado”, por também ter praias, montanhas e bondinho.

Uma das paradas do ônibus turístico era na Table Mountain, mas estava com serração e nem desci do ônibus pra arriscar a subida que só vale a pena num dia bonito. O tempo lá varia muito e, se tiver uma nuvem na Cidade do Cabo, anotem: esta nuvem estará na Table Mountain! Já sabia que no primeiro dia ensolarado teria que aproveitar e fazer este passeio… e só faltava um.

Table Mountain fechada.

As praias são lindas, mas a água é muito gelada!

Green Market Square

Terminei o tour e fui encontrar a Rejane na Green Market Square. Lá existem muitas peças bonitas de artesanato! Acabei comprando 3 telas super coloridas dos artesãos locais.

Pôr do sol

Queríamos assistir ao pôr do sol, mas não daria mais tempo de subir na Lion’s Head. Acabamos nos comunicando com o Pablo e a Marcela, que conhecemos no barco dos tubarões, e fomos juntos até o Sea Point assistir de lá.

Ali no fundo aparece o Lion’s Head, morro que era nossa primeira opção para assistir ao pôr do sol.

Dia 8: Table Mountain e Waterfront

Bem cedinho me despedi da Rejane, que seguiria viagem pela Garden Route.

Table Mountain

O dia amanheceu com poucas nuvens, com cara de que iria melhorar, e decidi arriscar a Table Mountain. Afinal, era meu último dia lá!

Peguei um Uber e cheguei cedo pra evitar as filas imensas. Ainda haviam algumas nuvens no céu, mas aos poucos o tempo foi limpando.

1. Vista do amanhecer da varanda do hotel.          2. Chegada na Table Mountain com tempo bom.

A subida é feita num bondinho com chão giratório de 360º e, nessa combinação de montanha + bondinho, muitos dizem que a Table Mountain é o Pão de Açúcar africano.

Lá de cima há uma vista privilegiada da cidade. Placas ajudam a percorrer as trilhas de uma forma que é possível passar por vários mirantes. Algumas trilhas são entre pedras e vegetação baixa, então, procure ir com um calçado confortável.

A Table Mountain é o símbolo da cidade e está entre as 7 novas maravilhas da natureza.

Waterfront

Saindo de lá combinei de encontrar a Ana que estava na Green Market Square. Demos mais uma circulada pelas redondezas, voltamos ao Waterfront comprar as últimas lembrancinhas e fomos juntas para o aeroporto.


Breve historinha da Ana

Não posso deixar de contar esse fato marcante da viagem!

Conheci a Ana no dia que cheguei na Cidade do Cabo, e neste dia ela tinha feito o nado com os tubarões brancos. Me contou toda faceira que tinha amado o passeio e, principalmente, amado o capitão do barco!

Nos mostrava a foto dele e dizia “esse homem é ou não é um charme?!“. Ao mesmo tempo que demonstrava encanto, tentava se convencer que “esses relacionamentos à distância não dão certo“, repetindo isso com frequência.

Quando nos reencontramos no último dia ela contou que eles tinham ficado e que ele iria até o aeroporto pra se despedir da gente.

Bom, vocês acreditam que não demorou muito e ficamos sabendo que ela largou o emprego no Brasil e estava indo pra África viver com ele? Estão juntos até hoje!

Inclusive, foi com a empresa dele, o Wiehann, que fizemos o passeio a Gansbaai para nadar com os tubarões brancos. São muito profissionais e queridos! Super indico!

Ana e Wiehann

A empresa dele tem vários outros passeios de aventura além do nado com os tubarões. Quem estiver indo pra lá, vale a pena dar uma conferida no site:
Este é um destino que certamente irei voltar! Por falta de tempo deixei de fazer muita coisa legal: visitar a Robben Island (ilha onde Nelson Mandela ficou preso por mais de duas décadas), fazer um tour com degustação pelas vinícolas, conhecer o Cabo das Agulhas, observar as baleias, saltar de Bungee Jump da ponte mais alta da África… Só estou esperando o convite pro casamento da Ana e do Wiehann! 😊👰🏼🤵🏼💍💘

E o medo de viajar sozinha?

Vocês perceberam que saí de casa sozinha pra fazer essa viagem, mas que não fiquei sozinha nem um minuto? Pra não mentir, em algumas noites em Joanesburgo jantei sozinha e curti minha própria companhia no hotel. O que também foi muito bom!

Essa viagem foi, sem dúvidas, um divisor de águas na minha vida! Posso dizer que existiu uma Cláudia antes e outra depois da África do Sul.

Foi nela que perdi o medo de sair de casa sozinha e percebi que existe muito mais gente nessa vibe do que a gente pode imaginar! A maioria desse pessoal que conheci, incialmente também estava só, e com alguns construí uma amizade tão bonita que tenho certeza que manterei pro resto da vida!

Se você ainda está em dúvidas se deve ir ou não, SÓ VAI! E depois me conta nos comentários como foi tua experiência! Desejo, de verdade, que seja tão boa quanto foi a minha!

Quando fui: de 21 a 24/11/16.
Quanto tempo: 3 noites, 4 dias.
Como cheguei: De avião saindo de Joanesburgo, voando Kulula.
Onde fiquei: Protea Hotel by Marriott Cape Castle.
Principais visitas: Gansbaai, Boulders Bay, Cabo da Boa Esperança, e Table Mountain.
Baita dica: Nadar com os tubarões brancos!
Daqui fui para: Brasil.

Cláudia Hofstaetter

Cláudia Hofstaetter é uma jovem gaúcha que se formou em Publicidade & Propaganda e desde 2008 trabalha como agente e consultora de viagens. Proprietária da Viajantes S/A, criou este blog para relatar suas aventuras, compartilhar algumas dicas e inspirar quem também deseja se tornar um viajante.

View Comments

  • Nossa ...quero ir ! Me deu um frio só de ver os tubaroes ... que amor os macaquinhos com os filhotes .

    • Tu vai amar a África, Ester! A gente percebe que lá eles respeitam e tem um cuidado especial com os animais. Tu acredita que nas praias a gente encontra placas ensinando a salvar os golfinhos encalhados? Achei o máximo!

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Cláudia Hofstaetter

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